16 de abr. de 2012

Artigo - Efeito da Auriculoterapia no Tratamento da Dor Crônica Musculoesquelética

RESUMO

Observada em todo o mundo, a dor crônica é um problema que envolve sofrimento, incapacidade progressiva e significativo custo socioeconômico. Como proposta de tratamento das afecções do aparelho locomotor, que são as causas mais frequentes de ocorrência dessa dor (MARTINEZ e col, 2008), os pontos da orelha podem ser usados de forma similar aos pontos de acupuntura para tratar doenças em outros locais do corpo (XINNONG, 1999). A técnica de acupuntura
auricular, ou auriculoterapia, consiste em puncionar com agulhas certos pontos (pontos auriculares, situados na orelha), ou estimulá-los, por pressão, com outros recursos, tais como sementes ou esferas de metal (FERNANDES, 2008). Este estudo tem por objetivo verificar a eficácia do tratamento de auriculoterapia na redução de dor crônica e observar a utilização de medicação analgésica na população estudada.
Resultados: participaram do estudo 29 indivíduos (3 homens e 26 mulheres) com média de idade de 68,6 anos. Após as sessões de auriculoterapia , foi observada redução significativa do nível de dor e do número de analgésicos (p<0,001 e p=0,001, respectivamente), bem como do número de indivíduos que utilizavam analgésico após as oito sessões (p=0,016).
Conclusão: o presente estudo conclui que a auriculoterapia é eficaz na redução da dor crônica musculoesquelética e na diminuição do uso de medicamentos analgésicos, independente do tempo que o indivíduo vem sofrendo com a dor e do local da queixa de dor.
Palavras chave: auriculoterapia; dor crônica; dor musculoesquelética.

INTRODUÇÃO

A dor crônica é um problema que envolve sofrimento, incapacidade progressiva e significativo custo socioeconômico. As afecções do aparelho locomotor são as causas mais frequentes de ocorrência de dor crônica. Estimase que 40% dos indivíduos manifestarão dor musculoesquelética em algum momento da vida (MARTINEZ e col, 2008). A acupuntura é uma técnica terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) de estimulação de pontos situados na superfície da pele com a inserção de finas agulhas de variados comprimentos, com ou sem estímulo elétrico, ou através do uso de moxabustão. Também se entende por acupuntura o uso de técnicas relacionadas, como o uso de ventosas e a auriculoterapia (CHAO, 2009).

Na auriculoterapia, os pontos da orelha são usados como pontos de acupuntura para tratar disfunções de vários outros órgãos ou regiões do corpo. Quando um órgão/víscera ou parte do corpo humano apresenta alguma disfunção, aparece reação reflexa na região correspondente ao órgão lesado na orelha, caracterizando os pontos auriculares (YAMAMURA, 2001). As condições patológicas fazem surgir alterações na orelha, tais como dor à pressão, alteração na condutividade elétrica, mudança de cor, manchas, escamações, nódulos etc. Ao se puncionar com agulhas ou ao se pressionar esses pontos, com outros recursos, tais como sementes ou esferas de metal, as enfermidades podem ser tratadas (FERNADES, 2008; GARCIA, 1999). Além disso, o exame das áreas reativas sobre a superfície auricular também pode ser usado como referência no diagnóstico de doenças.

Os pontos de área correspondente à coluna vertebral, membro inferior e membro superior, por exemplo, têm como principal objetivo tratar a dor e combater a inflamação. Essas regiões representam estruturas musculoesqueléticas, que têm melhor estimulação no dorso auricular, região onde a inervação espinhal é mais abundante. Segundo os critérios da MTC, ativam a circulação de Qi e Xue – liberando estagnações –, dispersam o calor e drenam a umidade (NEVES, 2010).

Relatos históricos confirmam que a acupuntura auricular já era praticada na China antiga. No ocidente, principalmente na França, estudos de acupuntura auricular ganharam grande impulso e vários pontos novos e técnicas de tratamento foram desenvolvidas nessa área (YAMAMURA, 2001). Atualmente, usa-se a auriculoterapia na anestesia e no tratamento, diagnóstico e prevenção de doenças (DULCETI, 1994).

A acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde- doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos (Portaria Nº 971). A auriculoterapia tem baixo custo, fácil aprendizado, fácil aplicação e boa aceitação pelos pacientes (NEVES, 2010).

Como a acupuntura faz parte dessa racionalidade integradora e vitalista da Medicina Tradicional Chinesa, acredita-se que seu tratamento tenha a possibilidade de promover o contato e o aprendizado de novas formas de se pensar o corpo, a saúde e a doença, viabilizando ações promotoras da saúde (CINTRA e col, 2010). No Brasil, a prática da acupuntura foi introduzida na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1999, e sua prática foi reforçada pela Portaria 971, publicada pelo Ministério da Saúde em 2006, que aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Esse último documento define que no SUS sejam integrados abordagens e recursos que busquem estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e de recuperação da saúde.

A auriculoterapia é proposta como recurso terapêutico nas algias crônicas e apresenta baixos custos na execução da técnica. Por esses motivos, justifica-se o estudo em um serviço de saúde do SUS com pacientes com dor crônica. Este estudo tem por objetivo verificar a eficácia de tratamento de auriculoterapia na redução de dor crônica e observar a utilização de medicação analgésica na população estudada.

METODOLOGIA

A pesquisa caracteriza-se como ensaio clínico não controlado. O presente estudo foi realizado no ambulatório de fisioterapia do Centro de Saúde IAPI. Participaram da pesquisa 29 indivíduos com dor crônica no período de outubro de 2010 a fevereiro de 2011, que procuraram o serviço após divulgação através de cartazes distribuídos no centro de saúde. Os critérios de inclusão delimitados para o estudo foram:
(a) ter dor musculoesquelética; (b) apresentar dor no local há 6 meses ou mais; (c) ter idade igual ou superior a 18 anos; (d) ser capaz de se expressar.

Não participaram da pesquisa indivíduos com dor musculoesquelética que tenham sofrido dano ou doença neurológica, assim como debilidades mentais, cognitivas e de comportamento. Procedimentos Os pacientes interessados em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi realizado questionário de avaliação na primeira sessão e, ao final de oito sessões, foram reavaliados os níveis de dor, através da escala análoga visual, e as quantidades de analgésicos utilizadas na última semana. Para todos os participantes foram realizadas oito sessões de auriculoterapia, uma vez por semana, com estímulo através de sementes na região da área correspondente à dor relatada pelo paciente na primeira sessão.

Tratamento dos dados

As variáveis quantitativas foram descritas através da média e desvio padrão (distribuição simétrica) ou mediana e percentis 25-75 (distribuição assimétrica), enquanto que as qualitativas foram descritas através de frequências absolutas
e relativas.

Para comparar os escores do nível de dor e a quantidade de analgésicos utilizados pré e pós a intervenção foi aplicado o Teste de Wilcoxon. Para comparar a utilização de analgésicos quanto ao número de indivíduos foi utilizado o teste McNemar. Para verificar o pD do nível de dor, o número de analgésicos e o local da dor foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis. Para analisar a relação da idade e tempo de dor e a redução dos níveis de dor e número de analgésico foi aplicado Teste de Correlação de Spearman.

O nível de significância adotado foi de 5% e as análises foram realizadas no programa SPSS versão 18.0.

RESULTADOS

Participaram do estudo 29 indivíduos (3 homens e 26 mulheres) com média de idade de 68,6 anos. O tempo com dor da população estudada apresentou mediana de 60 meses, e 44,8% dos indivíduos apresentavam queixa de dor na região lombar da coluna vertebral. Características da população na tabela 1. O nível de dor e o número de analgésicos apresentaram redução significativa após as sessões de auriculoterapia (p<0,001 e p=0,001, respectivamente), bem como foi reduzido o número de indivíduos que utilizaram analgésico após as oito sessões (p=0,016), conforme apresentado na tabela 2. A análise da Correlação de Spearman demonstrou que não houve associação da idade e do tempo com dor na redução dos níveis de dor e número de analgésicos. (p>0,05). Ao analisar p do nível de dor, o número de analgésicos e o local da dor, não houve diferença significativa. Verificouse que a redução de seus níveis independe do local da dor.

DISCUSSÃO

A população participante desta pesquisa, em sua maioria mulheres com idade média de 68,6 anos, foi semelhante à de outras unidades de saúde, conforme apresentado em estudo em outra região do Brasil em que a maioria dos pacientes
com dor musculoesquelética nas unidades básicas de saúde caracteriza-se por mulheres, com queixas crônicas envolvendo a coluna vertebral e articulações periféricas. Houve baixa concordância entre os diagnósticos estabelecidos pelo clínico e o reumatologista. O principal método terapêutico adotado foi medicamentoso, com predomínio de analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais. Houve baixa utilização de tratamentos não-farmacológicos e exercícios físicos. Neste sentido, o uso indiscriminado de anti-inflamatórios, especialmente em idosos, tem sido motivo de alerta em função de sua toxicidade (MARTINEZ e col, 2008).

O resultado apresentado na comparação do nível de dor dos indivíduos pesquisados demonstra que a auriculoterapia é eficiente como método de redução da dor musculoesquelética, concordando com outros estudos, como o realizado em hospital cubano. Esse estudo acompanhou cinco anos de tratamento e observou que a auriculoterapia para redução da dor, realizada em 89 pacientes, apresentou- se eficaz em 84% dos casos, realizados em média de 13 sessões (VALDES e col, 2001).

Outro estudo também demonstrou que a manutenção de resultado terapêutico, mediante estímulo (acupuntura) de ação prolongada, através da microacupuntura (agulha e sementes), melhora o sistema musculoesquelético em relação ao
LER/DORT, através da diminuição do quadro álgico, relaxamento muscular, redução do bloqueio fibrótico, miogelose e a reintegração do sistema neuromotor e emocional (SENNAFERNANDES
e col, 2005).

Pesquisa realizada com idosos apresentou significativa melhora de intensidade da dor. Os resultados mostraram que a acupuntura cinética foi eficiente na reabilitação do idoso, proporcionando-lhe qualidade no seu movimento e qualidade
de vida (FRANÇA e col, 2006). Um importante dado obtido nesta pesquisa refere-se à significativa redução do uso de analgésicos, em relação tanto ao número de usuários quanto à quantidade utilizada. Esse fator é secundário à redução da dor e apresenta grande impacto quanto ao custo-benefício dessa técnica.

Ao analisar estudos com 1162 indivíduos, pesquisadores concluíram que a eficácia da acupuntura, verdadeira ou placebo, foi duas vezes maior na redução da dor lombar do que a terapia convencional, com tratamentos fármacos e nãofármacos (HAAKE e col, 2007).

Um estudo quase-experimental realizado com 225 pacientes, em sua maioria pluripatológicos, com dor crônica, mostrou considerável redução no nível de dor e consumo de analgésicos após realização de dez sessões de acupuntura. A diminuição do consumo de analgésicos em 68% implica também na redução do consumo de protetores gástricos e, presumivelmente, outros efeitos secundários dos analgésicos de todo tipo. A técnica, portanto, constitui uma possibilidade importante de tratamento para pacientes com intolerância a fármacos (CHAO e col, 2009).

Uma pesquisa que consistiu em realizar auriculoterapia em pacientes com LER/DORT proporcionou tratamento eficaz da dor osteomuscular e consequente redução na utilização de medicamentos e melhora na qualidade de vida (ARAÚJO e col, 2006).

A redução da dor após oito sessões não tem relação com o tempo de dor do indivíduo, pois reduziu de forma significativa inclusive a dor presente por anos. Também não há associação entre a dor e a idade do participante. Mesmo em idade avançada são obtidos bons resultados. Estudo realizado com pessoas com lombalgia crônica que têm disfunção de base mais severa apresentaram maiores benefícios em curto espaço de tempo com acupuntura (SHERMAN e col, 2009). Outro estudo concluiu que a acupuntura potencializa os resultados de exercícios posturais e melhora a sintomatologia de hérnia de disco lombar (REBELO e col, 2006).

Também é importante resaltar um aumento, tanto no número de consultas, quanto no número de cidades que registraram atendimentos em acupuntura no SUS após a implementação da PNPIC. Baseado em evidências, houve um pico discreto, mas significativo aumento de serviços de acupuntura no SUS no período entre 1999 e 2007. Esse aumento atual de profissionais acupunturistas, incluindo fisioterapeutas, amplia a consciência dos administradores de
saúde para a necessidade de incluir terapias alternativas no sistema público de saúde e proporcionar aos usuários um serviço melhor (SANTOS e col, 2009).

Pesquisas com profissionais e usuários dos serviços públicos de saúde apontam a terapêutica da acupuntura como eficaz para a melhoria das enfermidades, e reconhecem que o contato com esse tipo de tratamento viabiliza a eliminação ou a diminuição das condições que geram doença (CINTRA e col, 2010).

A utilização de práticas integrativas no âmbito de saúde pública é relevante, uma vez que está comprovada a sua eficácia na promoção de saúde e/ou prevenção e tratamento de doenças, além de configurar uma forma de ampliar as práticas do cuidar e oferecer ao usuário a possibilidade de escolha do tratamento que julgar melhor para promoção da sua saúde (PARANAGUÁ e col, 2009).

CONCLUSÃO

O presente estudo conclui que a auriculoterapia é eficaz na redução da dor crônica musculoesquelética e na diminuição do uso de medicamentos analgésicos, independente do tempo que o indivíduo está com dor e o local da queixa de dor.

BIBLIOGRAFIA

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Yamamura, Y. Acupuntura tradicional: a arte de inserir. São Paulo: Roca, 2001.

CRÉDITOS

Autores do artigo:Aline Casaril (Fisioterapeuta. Concluinte do curso de especialização em Acupuntura no Vida Centro de Estudos e Qualidade de Vida) e Marcos Lisboa Neves (Fisioterapeuta. Especialista em Acupuntura com aperfeiçoamento em Auriculoterapia. Professor do curso de especialização do Vida Centro de Estudos e Qualidade de Vida. Artigo publicado na revista Medicina Chinesa Brasil Ano I no. 04.

NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

Fonte: http://www.acupunturacuritiba.pro.br

10 de abr. de 2012

A Música, os Aromas e Seus Poderes Ocultos

Falar de perfumes e aromas no nosso ramo de trabalho, além de um prazer, é uma provocação, já que são fontes inesgotáveis de assunto.

Fizemos uma pesquisa sobre aromas e além dos resultados práticos, obtivemos algumas estórias interessantes para compartilhar. Acreditamos que muitos de vocês já se deram conta de que cada perfume conta uma estória, cada música remete a uma determinada época de vida, trazendo além de emoções, memórias de pessoas que julgávamos estar num passado distante. Abaixo, contamos alguns exemplos.

Uma das entrevistadas relatou que um dos perfumes, cujo ingrediente principal era óleo essencial de rosas, tinha cheiro de “mulher boazinha”. Como se tratava de uma entrevista séria, anotamos e perguntamos se ela lembrava de algum fato ou de alguém que justificasse o título. Não lembrava. Após ter contacto com outros aromas, voltamos com outra amostra, mas desta vez, com o óleo essencial puro de rosa, sem nenhum outro ingrediente, imediatamente ela franziu o nariz e respondeu que desta vez a “mulher” havia passado de boazinha à santa. Definitivamente não gostava do aroma de rosas, tampouco de “mulheres boazinhas”.

O interessante sobre isto é o fato de a entrevistada ser uma boa pessoa, daquelas naturalmente espiritualizadas, que têm dificuldades em dizer “não” e está sempre tentando fazer algo que facilite a vida de quem quer que seja. O que justifica suas respostas é exatamente o fato de lutar desesperadamente para se impor diante das pessoas e realizar-se profissionalmente. Tem um alto cargo executivo em uma empresa multinacional, onde chefia um grupo de mais de trezentos funcionários. Sua questão é que se sensibiliza com os problemas de cada um deles e é cobrada pela direção da empresa por causa disso. O óleo essencial de rosas vibra diretamente no chacra cardíaco, mexendo com os sentimentos das pessoas. Na psicoaromaterapia representa o arquétipo que tem as seguintes características: amor, conforto emocional, harmonia, cooperação, compaixão, preocupação legítima com o próximo, muitas das vezes indo contra o que se pensa e o que se sente, apenas para agradar e atender às necessidades alheias. Agora, poderia uma pessoa com o perfil acima gostar de um aroma desses, que iria reforçar o que ela já tem naturalmente? Ao contrário, precisa equilibrar tal temperamento a fim de exercer suas funções no mundo de forma mais assertiva. Definitivamente não. Resposta perfeita. Rejeitou aquilo que seria “overdose”. Esse é um exemplo do caráter deste óleo.

Uma segunda entrevistada teve forte reação ao cheiro de erva doce, explicando que remetia à “dor de barriga” e que chegava a sentir dor ao ter contacto com aquele aroma. Desta vez a explicação veio clara e direta – sempre que tinha cólicas, sua avó a obrigava a tomar chá desta erva não permitindo que fizesse uso de remédios. Dando prosseguimento às perguntas, quisemos saber se no final das contas a dor passava. Ao responder que sim, pudemos ver que não importa se deu certo ou errado, o que ficou foi a sensação de dor relacionada ao aroma. Nesse caso, temos o exemplo de memória olfativa de caráter emocional.

Num terceiro caso, este bastante curioso, aconteceu com uma criança de cinco anos. Ao sentir o aroma de lavanda pediu imediatamente à mãe que comprasse o perfume para ela. Esta, um pouco resistente ao pedido da criança, quis se certificar de que ela havia realmente gostado, perguntando por que queria aquele perfume. A resposta veio firme e convicta. “É o cheiro da casa da vovó.” A mãe assustou-se e quis saber como ela sabia que a casa da avó tinha esse cheiro se ela ao menos chegou a conhecê-la. A menina falou sem pestanejar que conheceu o aroma da casa da avó na barriga da mãe. E esta confirmou, era verdade. Quando grávida, morou na casa da mãe, que tinha o hábito de “banhar-se em perfume de lavanda.”

O fato acima nos fez lembrar que o mesmo acontece com a música, e para ilustrar nos ocorreu uma estória parecida. A Senhora “A” – sempre quis escrever isso – estava grávida quando seu marido começou a viajar a trabalho – passavam mais tempo separados do que juntos. Eles tinham uma música tema para a relação deles. Assim, todas as vezes que ela ouvia tal música lembrava do marido distante e chorava de saudades. Naquele tempo não havia a facilidade do telefone celular, tampouco da internet. Saudade doía mais, devido à impossibilidade real de comunicação. Passaram-se quatro anos, o marido já estava definitivamente de volta, e de repente toca a música tema do casal no rádio. Ela ouve seu filhinho chorando e vai perguntar por quê. Ele não sabe responder. Na segunda vez que isto ocorreu, ela desconfiou que fosse a música. Numa atitude quase sádica, só para ter certeza, deixou passar uns dias e fez o teste. A criança, que estava brincando, abriu o berreiro. Ficou claro que era a reprodução daquilo que a mãe sentia quando grávida, e o bebê, por extensão, sentia o mesmo. Estava tudo registrado no inconsciente.

Esses são alguns exemplos das sinapses que nosso cérebro faz tão naturalmente, que nem nos damos conta da grandeza que isto tem. Seria bom que prestássemos mais atenção a esses pequenos detalhes e agradecêssemos à Vida por tal proteção.

Fonte: www.valeriatrigueiro.com.br

2 de abr. de 2012

Acupuntura, afinal, é medicina ou terapia?

Decisão da Justiça de restringir aos médicos a licença para a prática causa polêmica entre especialistas


Embora o Tribunal Federal Regional (TRF) da 1ª Região tenha reservado aos médicos o direito da prática da acupuntura (a decisão ainda pode ser contestada), os adeptos desta terapia aprovam e indicam o trabalho feito por profissionais de outras áreas da saúde, como fisioterapeutas, farmacêuticos, psicólogos e até mesmo terapeutas especializados na técnica. “Fiz acupuntura com um especialista em terapia chinesa em 1977. Sabe o que é ver um milagre acontecer? Eu saí da mesa de tratamento andando”, conta a professora de educação física aposentada Maria Rosa Ascar, de 80 anos.

Em 1972, Maria fraturou o cóquis e achatou as vértebras da região lombar ao cair de um aparelho de ginástica. Na época, os médicos disseram que uma cirurgia era necessária, mas ela optou pela acupuntura. “Eu aplicava xilocaína direto na coluna e tomava remédios fortíssimos para aliviar as dores. Estava em uma cadeira de rodas, pois os médicos recomendaram repouso”, conta. “Após algumas sessões de acupuntura, tive alta e voltei a dar aula.”

Já a assessora de imprensa Mayara Martins, de 23 anos, começou a tratar seu problema de depressão em 2002. Ela procurou o serviço de acupuntura por indicação do psiquiatra e passou a fazer sessões semanais. Em 2011, a doença se agravou e ela passou a fazer duas consultas por semana. “O remédio não dava conta. A acupuntura não resolveu totalmente, mas ajudou muito. Comecei a ficar mais tranquila e as minhas crises de pânico diminuíram.”

Mayara, que passou por sessões com quatro especialistas diferentes (dois deles eram médicos), ressalta que o tratamento de acupuntura que mais surtiu efeito foi o último, ministrado por um profissional que não era formado em medicina. “A diferença entre os tratamentos era mínima. Em todas as sessões, os pontos de aplicação eram quase iguais.”

“O processo de aplicação de agulhas não é simples quanto parece. Antes de iniciar o tratamento, o paciente deve passar por um diagnóstico e fazer exames que variam de um raio-x a uma ressonância magnética”, explica o médico Ysao Yamamura, chefe do setor de medicina chinesa e acupuntura da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Com 40 anos de experiência na área, Ysao, que defende a decisão do TFR, alerta para os riscos de uma aplicação inadequada. “A profundidade da perfuração das agulhas pode lesar órgãos. Uma agulha mal inserida no peito, por exemplo, pode perfurar o pulmão.”

Já o professor de educação física e terapeuta Carlos Eduardo Cravo, que trabalha com acupuntura desde 1997, é contra a exclusividade garantida aos médicos. Ele conta que a maioria dos seus clientes o procura após passar por consulta médica, o que faz da acupuntura um tratamento adicional. Além disso, ressalta a necessidade de bom senso entre os terapeutas. “Não tratamos doenças, mas sim desequilíbrios energéticos. Dependendo do que a pessoa está sentindo, recomendamos um médico.”

Fonte: www.redebomdia.com.br